22 de nov. de 2011

Mundo do Porvir; Nova Ordem, Princípios, Ensaios...

...O indivíduo, por conseguinte, é que é importante, e não a sua idéia ou aquele a quem segue, ou a sua pátria, ou a sua crença. Vós é que tendes importância, e não a ideologia ou a nação, a bandeira ou o credo a que pertenceis; (…) Esses fatores de condicionamento podem, num dado nível, ser úteis como conhecimento; mas, noutro nível, (…) tornam-se eles daninhos e destrutivos em extremo. (…) (Nosso Único Problema, pág. 82-83)


http://farm3.static.flickr.com/2036/2399167382_1ce76a128f.jpgSe queremos ter paz no mundo, não podemos mais pertencer a nenhuma nacionalidade. Aqueles que são pessoas importantes no mundo, que têm posição, prestígio, não desejarão naturalmente fazer nenhuma experiência nesse sentido (…). Só as pessoas comuns, aquelas que não têm nem poderio nem posição e que lutam e se esforçam por compreender, são essas, talvez, as que começarão a experimentar e a descobrir por si mesmas. (Viver sem Temor, pág. 23)

(…) A submissão do homem aos interesses materiais equivale, em última análise, a provocar guerras e catástrofes econômicas e sociais. Procurar o enriquecimento por meio de coisas, sejam elas manufaturadas, sejam produto do intelecto, é criar pobreza interior, (…) desventura. O acúmulo de tais riquezas e a relevância que lhes atribuímos privam o pensamento-sentimento de compreender o real, o único fator capaz de trazer ordem, clareza, felicidade. (Autoconhecimento, Correto Pensar, Felicidade, pág. 152)

Por certo, toda mudança exige ordem. Vemo-nos atualmente num estado de desordem, e, para se sair da desordem, necessita-se de ordem: ordem social, ordem dentro de nós mesmos, e ordem em nossos valores (…) perspectiva das coisas. Assim, pois, mudar (…) significa estar livre para estabelecer a ordem. (…) A sociedade teme que a liberdade acarrete desordem, porque está satisfeita em viver nessa desordem a que chama “ordem”. (…) (O Descobrimento do Amor, pág. 26)

Assim, quando emprego a palavra “mudança”, entendo: “mudança da desordem para a ordem”; porque, como indivíduos humanos, não nos achamos em ordem. Estamos em conflito, (…) confusos, ambiciosos, ávidos, invejosos (…) Temos medo, terror, de tantas coisas; e alterar inteiramente essa estrutura de medo, significa promover a ordem. (…) (Idem, pág. 26)

(…) A ordem, portanto, não é produto de revolta, porque a revolta contra a sociedade é uma reação que só produzirá uma série de ações dentro dos limites da estrutura social, e, como acontece com o comunismo ou qualquer outra espécie de reação, volta-se, com o tempo, ao ponto de partida. (Idem, pág. 26-27)

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A ordem - que é em essência o começo e o fim da virtude - não surge (…) mediante ato deliberado. Qualquer ato deliberado para estabelecer a ordem é imoral (…) A ordem social que estabelecemos em várias partes do mundo baseia-se (…) na competição, na inveja e na brutalidade. Nossa ordem social é desordem e, por conseguinte, imoral. Não estou condenando a sociedade, porém apenas discriminando fatos. (O Descobrimento do Amor, p. 111)

Mas a ordem é negada por causa da própria estrutura básica, psicológica da sociedade. Ainda que se proclame o contrário, a sociedade está notoriamente baseada na competição, na avidez, no impulso agressivo (…) Em tal sociedade não pode existir liberdade (…) (O Descobrimento do Amor, pág. 116)

A ordem só pode nascer do percebimento da desordem. Não podeis criar a ordem; percebei bem esse fato. O que podeis fazer é tornar-vos cônscios da desordem existente tanto no exterior como no interior. Uma mente desordenada não pode criar nenhuma ordem, porque não sabe o que significa ordem.  Poderá unicamente (…) criar um padrão a que chama “ordem” e, depois, tratar de ajustar-se a esse padrão. Mas, se a mente se torna cônscia da desordem em que está vivendo - ou seja, do negativo, sem projetar o positivo - a ordem se torna então algo extraordinariamente criador, um movimento vivo. (…) (O Descobrimento do Amor, pág. 121)


A ordem que vem da compreensão da desordem, não segue nenhum plano previamente traçado (…) nenhuma autoridade, ou vossa própria experiência. Essa ordem, é óbvio, deve surgir sem se fazer nenhum esforço - pois o esforço deforma -, sem se exercer nenhum controle. (Fora da Violência, pág. 78)

Controle supõe repressão, rejeição ou exclusão, separação entre o “controlador” e “a coisa controlada”, supõe conflito. (…) Dizeis: “como pode haver ordem sem controle, sem a ação da vontade?” - mas, como já dissemos, controle implica separação entre “o controlador” e a coisa que vai ser controlada; nessa divisão, há conflito, deformação. Quando se percebe isso realmente, está terminada a separação entre “controlador” e “coisa controlada” e, por conseguinte, há compreensão. (…) (Idem, pág. 78)

A ordem não é um plano, um padrão de vida. Ela só vem ao compreendermos o “processo” total da desordem. (…) Nossa vida é desordem, ou seja, contradição - dizer uma coisa, fazer outra, (…) Essa é uma existência fragmentária e, dentro dessa fragmentação, queremos descobrir uma espécie de ordem. (…) A mente sujeita ao controle e à disciplina, padrão estabelecido pela própria pessoa, pela sociedade ou por determinada cultura, não é livre, é (…) deformada. (…) E pela compreensão da desordem, de como se origina ela, surge a ordem - uma coisa viva. (Fora da Violência, pág. 117)

A ordem, pois, é necessária, e a própria compreensão da desordem cria sua peculiar disciplina, e esta é ordem, sem repressão nem ajustamento. (…) Disciplina significa “aprender”, e não acumular conhecimentos mecânicos; cumpre-nos aprender a respeito da vida desordenada que estamos levando (…) Se o estamos observando em nós mesmos, surgirá então, naturalmente, a ordem, a liberdade; estaremos livres de toda e qualquer autoridade e, por conseguinte, do medo. Poderemos errar, mas saberemos corrigir imediatamente os nossos erros. (Idem, pág. 117-118)

A ordem, conforme me parece, só pode realizar-se ao descobrirmos por nós mesmos o que gera desordem; da compreensão do verdadeiro fator da desordem, nascerá naturalmente a ordem. (…) Assim, a ordem a que nos referimos não é um ato positivo, porém só se realiza pela compreensão e negação da desordem. Mas, da compreensão da desordem resulta uma ordem natural. (…) (A Suprema Realização, pág. 222-223)

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Cumpre-nos averiguar o que é que gera a desordem, tanto no mundo exterior como no interior. A compreensão da desordem exterior traz a compreensão da desordem interior. Mas essa desordem que dividimos em “exterior” e “interior” é essencialmente uma só e mesma coisa; (…) porquanto cada um de nós (…) é ao mesmo tempo sociedade e indivíduo. O indivíduo não está separado da sociedade; ele criou a estrutura psicológica da sociedade, e nela se acha todo enredado. Se trata de libertar-se dessa estrutura psicológica. (Idem, pág. 223-224)

Ordem significa um estado mental em que não há contradição e, portanto, nenhum conflito. Isso não implica estagnação ou declínio. A ordem que obedece a uma fórmula, a um ideal ou conceito é, simplesmente, desordem. Se um ente humano se ajusta a um padrão de pensamento - uma certa coisa ideal que ele deveria ser - nesse caso está meramente a imitar, a ajustar-se, a disciplinar-se, a forçar-se, a fim de adaptar-se a um molde. (…) (A Essência da Maturidade, pág. 21)

Ora, (…) estamos começando a ver o que é necessário, e que a ordem, a absoluta ordem interior, é indispensável. Há duas espécies de ordem: a primeira é a ordem gerada pela disciplina, a ordem do soldado, exercitado (…) para obedecer, ajustar-se, cumprir instruções. (…) Essa é (…) uma ordem puramente mecânica e insignificante. (Onde está a Bem-Aventurança, pág. 56)

Mas, há outra ordem, de espécie totalmente diferente, não dependente de ajustamento, de imitação, de padrão algum. (…) Porque a liberdade é absolutamente necessária. (…) E a liberdade não vem por meio da disciplina, mas por meio da ordem - não a ordem mecânica da respeitabilidade, (…) que a sociedade quer impor ao homem, (…) de uma sociedade corrupta, em decomposição. A ordem a que nos referimos é de espécie e dimensão totalmente diferentes; ela vem com a compreensão da desordem. Da negação do que não é verdadeiro, vem o positivo. (Idem, pág. 56)

Passemos, pois, a descobrir o que é a desordem. Toda a atual estrutura social baseia-se na desordem, com divisões de classe e de outra espécie. Quando cada homem só está a trabalhar para si próprio, a competir, a endeusar o êxito e a fama - isso faz parte da desordem, tanto exterior como interior. Desordem significa conflito interior, profundo, na estrutura psicológica; e conflito exterior, com o próximo, com a esposa ou marido. (Onde está a Bem-aventurança, pág. 56-57)

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Existirá sempre conflito enquanto houver atividade egocêntrica. E o conflito gera, necessariamente, a desordem. Há a desordem decorrente das nacionalidades (…); a desordem causada pelas religiões, separando as pessoas (…) E, para descobrirmos o que é a ordem (e ela existe dentro de nós, a ordem absoluta, e não uma ordem relativa, circunstancial: ordem total e absoluta) - para descobrirmos o que é a ordem, temos de compreender o que é a desordem, (…) a desordem existente no mundo e os fatores que a produzem. (…) (Idem, pág. 57)

A ordem, pois, é virtude. (…) A ordem, como a virtude, não é cultivável; se cultivais a humildade, não sois, de certo, humilde (…) O que se pode fazer é apenas ver a desordem total existente dentro e fora de nós - vê-la! (…) Não se pode ver a desordem por meio de explicações, (…) de análise das várias causas da desordem. (Onde está a Bem-Aventurança, pág. 57)

O homem, no mundo inteiro, está sendo organizado - econômica, social e religiosamente. Vive em cidades densamente povoadas, em arranha-céus, em “gavetas”, em “caixas”. (…) E, enredado nessa espantosa “eficiência” organizadora (…), busca o homem fronteiras mais longínquas, espaço mais amplo, (…) ilimitado, sem horizonte, sem margens. (…) (Uma Nova Maneira de Agir, 1ª ed., pág. 135)

Vós não deveis seguir a ninguém, inclusive a mim mesmo. Pela vossa voluntária compreensão é que chegareis a criar qualquer organização que se torne necessária. Ao passo que, se uma organização vos fosse imposta, tornar-vos-íeis meros escravos dessa organização e seríeis explorados. (…) (Palestras no Chile e México, 1935, pág. 16-17)
 
Eu não sou contra todas as organizações. Sou contra aquelas que impedem o preenchimento individual, especialmente a organização que se chama religião, com seus temores, crenças (…) Supõe-se que ela auxilia o homem, porém, de fato, embaraça profundamente o seu preenchimento. (Idem, pág. 17)

(…) O problema é também vosso, porquanto todos nós necessitamos de roupa, alimentação e moradia. Essas coisas precisam ser organizadas em escala mundial, e não apenas numa escala comunal, o que significa que necessitamos de homens que não estejam com o sentido no nacionalismo, etc., mas, sim, no próprio homem. Que tenham em mente (…) a felicidade humana. (…) (Uma Nova Maneira de Viver, pág. 14)

No entanto, podemos viver em extrema simplicidade e sensatez, e conseqüentemente em paz, se nossa mente e nosso coração não estão entranhados do desejo de posse, quer das coisas feitas pela mão, quer das criadas pela mente. (O Caminho da Vida, pág. 20)

O de que necessitamos em matéria de alimentação, vestuário e teto, chegar-nos-á de maneira fácil e racional, quando as nossas vidas tiverem sido libertadas da violência. Essa liberdade que nos abriga da violência é o Amor. (Idem, pág. 20)


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O especialista, econômico ou religioso, político ou social, nos está conduzindo ao desastre. Cada um de nós deve interessar-se com empenho na criação de uma nova sociedade ou uma nova civilização, resguardada das causas que estão destruindo e desintegrando o mundo em que vivemos. (…) (Idem, pág. 20)

(…) Podem os especialistas oferecer-nos planos de ação cuidadosamente elaborados, mas não são as ações planejadas que irão trazer-nos a salvação, mas tão somente a compreensão do processo total do homem, isto é, de vós mesmos. (O Caminho da Vida, pág. 25)

(…) Isto é, ao invés de esperarmos por um milagre que altere este sistema, é necessário que haja uma completa mutação revolucionária cuja necessidade todos reconhecem. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 154)

(…) Quer isto dizer, senhores, que somente pode haver verdadeira liberdade de comércio, desenvolvimento das indústrias, etc., quando não mais houver nacionalidades no mundo. (…) Enquanto houver muros tarifários protegendo cada país, haverá guerras, confusão e caos; (…) (Idem, pág. 155)

Ora, na minha opinião, a exploração manifesta-se quando os indivíduos buscam ter mais do que exigem as suas necessidades essenciais. (…) Naturalmente, necessitamos de alimento, abrigo, vestuário e tudo o mais; porém, a fim de tornar essas coisas possíveis para todos, os indivíduos têm de começar a perceber quais são as suas próprias necessidades, e organizar sobre elas todo o sistema de pensamento e ação. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 153)

Pergunta: O senhor, como outros orientais, parece ser contrário à industrialização. Por quê?
Krishnamurti: Não sei se muitos orientais são contrários (…), mas julgo já haver explicado (…) não ser a industrialização a solução para os problemas humanos e os conflitos e aflições deles decorrentes. (Autoconhecimento, Correto Pensar, Felicidade, pág. 92)

A mera industrialização estimula os valores materiais; banheiros e automóveis amplos e luxuosos, distrações, diversões e tudo o mais. Aos valores eternos se sobrepõem os transitórios. Procura-se a felicidade e a paz por meio da posse, das coisas elaboradas pela mão e pela mente do homem. (…) (Idem, pág. 92)

Queremos nos distrair, divertir-nos, fugir de nós mesmos, tal a nossa miséria e pobreza interior, a nossa vacuidade e tristeza. E, desse modo, onde há procura, há produção e a tirania da máquina. No entanto, julgamos poder solucionar o problema econômico e social com a simples industrialização (…) (Autoconhecimento, Correto Pensar, Felicidade, pág. 92)

Podeis fazê-lo temporariamente, mas com isso surgem as guerras, as revoluções, a opressão e a exploração, conduzindo a chamada civilização - a industrialização e tudo que ela implica - a um estado de barbárie. (…) Para o indivíduo rico interiormente, a industrialização tem seu devido significado. (…) (Idem, pág. 92-93)

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Senhor, este é o “nosso mundo”. Não é um mundo comunista, nem um mundo capitalista, mas um mundo nosso, para nele vivermos (…) e sermos felizes. (…) Mas quando existe o sentimento de que esta é a nossa Terra, não haverá então empregador e empregado, não haverá o sentimento de que um é o “patrão” e outro, “o empregado”. (…) (As Ilusões da Mente, pág. 61)

(…) O homem de negócios pergunta: “que posso fazer?” Se ele tiver aquele sentimento, poderá fazer centenas de coisas; poderá fazer ricos os pobres, dando-lhes participação no negócio, tornando o seu negócio uma sociedade cooperativa. (…) (Idem, pág. 62)

Penso ser este o problema real (…) Temos agora as máquinas e as técnicas que permitem produzir tudo de que necessita o homem, e em breve, provavelmente, teremos uma distribuição equitativa dos recursos para a satisfação das necessidades físicas, e a cessação da luta de classes; mas o problema básico continuará existente. O problema básico é que o homem não é criador, não descobriu por si mesmo a extraordinária fonte de criação, não inventada pela mente; e só quando se descobre essa fonte criadora, atemporal, é que se encontra a suprema felicidade. (Da Solidão à Plenitude Humana, pág. 55)

Estão-se verificando importantes mudanças no mundo, no campo científico e no campo da medicina. Temos o computador, a automação, que irão proporcionar ao homem muito lazer. Ainda não chegou talvez a hora de fruirmos esse lazer, mas está por chegar. O homem vai ter liberdade e lazer em abundância, para fazer o que quiser. A família, as relações entre marido e mulher - tudo vai ser revolucionado. Na hora atual, ocorre uma extraordinária mudança no mundo, no terreno econômico, social, científico, médico. (Viagem por um Mar Desconhecido, pág. 111)

(…) Porque, no final de tudo, o mundo tenderá mais e mais e mais no sentido da federação e não do constante fracionamento. (…) Nessas condições, o que cada um de nós pode fazer é abandonar o comunalismo: podemos deixar de ser brahmanes, (…) de pertencer a qualquer casta ou a qualquer nação. (…) (Novo Acesso à Vida, pág. 6)

Posso expor os princípios básicos, (…) mas não tem valor algum. O que tem valor é vós e eu descobrirmos juntos os princípios básicos sobre os quais se deveria edificar uma sociedade nova; porque no momento em que descobrirmos, conjuntamente, (…) existirá uma nova base de relações entre nós. (…) (Novo Acesso à Vida, pág. 154)

Já não serei o instrutor e vós o discípulo, ou vós o auditório e eu o conferencista (…) Significará isso ausência de autoridade (…) Seremos parceiros no descobrimento e, por conseguinte, estaremos em cooperação; (…) (Idem, pág. 154)

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Enquanto houver autoridade nas relações entre pessoas, haverá compulsão; e pela compulsão nada se pode criar. Um governo que compele, um instrutor que compele, um ambiente que compele, não cria relações, mas apenas um estado de escravidão. (Idem, pág. 154)

(…) Quando não existe domínio, autoridade, compulsão, que significa isso? Significa, é claro, que há afeição, que há ternura, que há amor, que há compreensão. (…) (Novo Acesso à Vida, pág. 155)

É muito importante que cada um de nós descubra qual é a sua relação com a sociedade, se ela está baseada na ganância - que significa auto-expansão , preenchimento do “eu”, que supõe poder, posição, autoridade - ou se simplesmente aceitamos da sociedade as coisas essenciais, tais como alimentação, roupa e moradia. (…) (A Arte da Libertação, pág. 173)

(…) Como a atual sociedade se está desintegrando rapidamente, precisamos descobrir; e aqueles cuja relação é só de necessidade, criarão uma nova civilização, constituirão o núcleo de uma sociedade na qual as coisas necessárias à vida serão distribuídas equitativamente, e não utilizadas como meio de auto-expansão. (…) (Idem, pág. 174)

Considerando-se o mundo - não só o que se passa neste país, na Ásia, mas também na Rússia, onde estão ocorrendo grandes mudanças (…) - considerando-se tudo isso, não podemos deixar de perguntar-nos se a nova semente já estará a germinar, se já estará a nascer uma nova cultura, uma nova sociedade, uma mente nova, não moldada pelo velho padrão, (…) isenta das infantilidades que hoje praticamos. (…) (A Importância da Transformação, pág. 103)

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O desafio é imenso; temos de enfrentá-lo (…) com a compreensão de todo este mundo humano - de guerras, fome, nações subdesenvolvidas, superpovoamento, o luxo dos ricos e o sofrimento dos pobres, etc., etc. (…) Se pudermos observá-lo totalmente, (…) penso que encontraremos então a resposta - a qual pode não corresponder a nosso gosto, pode não ser a que desejamos. (…) (Idem, pág. 104)

(…) Digo-vos, porém, que não podeis resolver esses problemas separadamente; não podeis resolver o problema religioso isoladamente, nem o econômico, nem tampouco o social, mas fá-lo-eis verificando a relação de interdependência que entre si têm os problemas religioso, social e econômico. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 5)

(…) Enquanto não tratarmos dos problemas social, religioso e econômico como um todo compreensivo e não dividido, percebendo antes a delicada e sutil conexão (…), não o podereis resolver, apenas aumentareis a luta. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 6)

Pergunta: Por que não alimentais os pobres, em vez de falar?

Krishnamurti: Agora, o interrogante quer saber por que falo. (…) Para que os pobres sejam alimentados, necessita-se uma revolução completa; não uma revolução superficial, da esquerda ou da direita, mas uma revolução radical; (…) Uma revolução baseada em idéia não é revolução; pois qualquer idéia é mera reação a determinado condicionamento, (…) não pode produzir modificação fundamental. (…) (Que Estamos Buscando, pág. 29-30)

Só quando vós e eu estivermos livres de idéias, poderemos produzir uma revolução radical, interiormente, e, portanto, exteriormente. Não se trata de ricos nem de pobres. O que há é a dignidade humana, o direito de trabalhar (…) Não há, então, ninguém que tenha demais, para dar de comer aos que tenham de menos. Não há diferenças de classes. (…) (Idem, pág.30)

Será uma realidade, quando houver aquela radical revolução interior. (…) Uma transformação fundamental dentro de cada um de nós. Não haverá então nem classes, nem nacionalidades, nem guerras, nem separatismo destrutivo; e isso só poderá verificar-se quando houver amor em vosso coração. (…) (Idem, pág. 31)

A unidade humana só pode encontrar-se no amor, no esclarecimento que nos traz a verdade. Essa unidade do homem não pode estabelecer-se mediante simples ajustamento econômico e social. (…) Esperamos que uma revolução externa, uma reforma exterior dos valores, transformem o homem.

Embora, sem dúvida, essas coisas produzam certos efeitos no homem, a sua vontade aquisitiva (…) continua a existir. Essa atividade aquisitiva, infinita e vã, não pode em tempo algum trazer a paz ao homem, e é só quando o indivíduo está livre dela, que pode haver o estado criador. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 168)

Crédito das Imagens: Banksy 

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