30 de abr. de 2013

Marcas da Felicidade


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109 - Disse Jesus: O Reino é como um homem que tinha um tesouro (escondido) no campo, sem sabê-lo. E (depois) de sua morte, deixou-o a seu (filho). (O) filho, que também nada sabia (sobre ele), recebeu o campo e vendeu-(o). E quem o comprou, enquanto arava (encontrou) o tesouro.

 Tesouros espirituais não são transmissíveis de pai a filho. O tesouro espiritual só pode ser descoberto quando se ara devidamente o campo, atingindo as profundezas ocultas do ser humano.

No presente estágio da evolução humana, só é transmissível de pai a filho a faculdade mental, mas não a experiência espiritual. A experiência espiritual é uma conquista da consciência individual de cada um, e não um patrimônio racial. Homem espiritual não gera filhos espirituais. Por vezes até acontece o contrário: que um santo tenha filhos celerados.

A faculdade mental já é um patrimônio humano tão antigo que ela é transmitida automaticamente de pai a filho, não o grau da intelectualidade mas a simples faculdade intelectual. Isto indica que a intelectualização do homem já vem de eras remotíssimas, ao ponto de serem os genes e cromossomos afetados por essa faculdade.

A espiritualidade, porém, é uma conquista tão recente e ainda tão limitada a poucas pessoas que não afetou os elementos genéticos. Não sabemos se numa humanidade futura, pais espirituais terão filhos espirituais. Isto só aconteceria se a humanidade total fosse altamente espiritualizada.

Por enquanto, cada indivíduo tem de “arar” o seu próprio campo humano para descobrir o tesouro oculto, que existia também nos antigos possuidores do campo, mas não foi descoberto e devidamente conscientizado por eles.


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Sahashara




27 de abr. de 2013

Um Jesus


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108 – Disse Jesus: Aquele que beber de minha boca tornar-se-á como eu, e eu mesmo tornar-me-ei ele, e todas as coisas ocultas ser-lhe-ão desveladas.

Palavras como estas visam unicamente os iniciados.

Que quer dizer “beber da boca de Jesus”? Não é sorver as palavras do Mestre e assimilar o espírito do Cristo?

E, se o discípulo se cristificar totalmente, não será o Mestre como o discípulo, e o discípulo como o Mestre? E não poderá o discípulo dizer: As obras que eu faço é o Mestre que as faz em mim?

Quem entra na consciência cósmica sente-se totalmente Uno com Deus, Uno com os homens, Uno com todas as creaturas do Universo. A ilusão das diversidades vem da ego-consciência; a verdade da unidade é da cosmo-consciência.

Quando a cosmo-consciência ou Cristo-consciência, desperta no homem, o homem se integra no Todo da Divindade, sem diluir a sua individualidade humana. O verdadeiro “nirvana” não é uma diluição ou dissolução do homem em Deus, mas uma perfeita integração individual na Divindade Universal; é uma eternização do homem no Eterno.

http://www.mensagemespirita.com.br/uploads/autores_file_foto/buda.jpgA consciência Cristo-cósmica é uma invasão da alma do Universo na alma do homem, o que só acontece quando o homem se torna cosmo-invadível, realizando em si uma perfeita ego-vacuidade em face da cosmo-plenitude. Segundo leis infalíveis, onde há uma vacuidade acontece uma plenitude. Neste sentido diz Jesus “de mim mesmo eu nada posso fazer; quem faz as obras é o Pai que em mim está”.

E então todas as coisas ocultas anteriormente serão manifestas ao homem. O homem Cristo-cosmificado se torna onisciente e onipotente por participação.

Entretanto, nada disto é dizível, nem mesmo pensável. A verdade suprema habita no eterno silêncio do “terceiro Céu”, onde Paulo ouviu os “ditos indizíveis”.



25 de abr. de 2013

Um só Rebanho para um só Pastor


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Mercúrio carregando Psiquê, com o vaso de Perséfone, para o Olimpo. 
 
107 - Disse Jesus: O Reino é como um pastor que tinha cem ovelhas. Uma delas, a maior, se extraviou. Ele abandonou as noventa e nove, e foi em busca daquela até que a encontrou. E depois de haver descansado, disse à ovelha: amo-te mais que às outras noventa e nove.

Nesta parábola continua o pensamento central do texto anterior, que é também a quintessência de outras parábolas, como a do filho pródigo e a da dracma perdida e achada.

 Deus ama mais um ser conscientemente realizado do que um ser apenas realizável. A creatura creada é obra do Deus Creador, mas a creatura creadora é obra do Deus Creador e do homem creativo. Os cinco ou os dois talentos que a creatura recebeu do Creador se transformaram nos dez e nos quatro talentos da creatura creadora.

Aqui, como alhures, temos outra vez a apoteose da evolução creadora, como diria Bergson. E, para que possa haver evolução creadora, deve haver a possibilidade do contrário: a creatura deve ter a possibilidade duma involução para ter o poder da evolução. Deus tanto ama a creatura creadora que até permite a possibilidade duma creatura des-creadora. Tamanha é a grandeza de um homem realizado que Deus até permite o contrário, um homem temporariamente des-realizado.

Neste sentido escrevem os outros evangelistas: no Céu há maior alegria sobre um único pecador que se converte do que sobre 99 justos que não necessitam de conversão.

Para não haver estagnação acósmica, mas evolução cósmica, Deus até permite involução anti-cósmica, porque Deus é pura atividade, que não permite passividade.

Se o homem, podendo ser anti-Deus, se torna pró-Deus, então é ele objeto do mais intenso amor de Deus. O homem perfeito é o homem conscientemente bom, o que implica na possibilidade de poder ser também conscientemente mau.

Por isto, um homem auto-realizado é um fenômeno incomparavelmente mais grandioso do que todo o Universo com os seus sóis, suas estrelas e suas estupendas galáxias.

O homem auto-realizado é o objeto de um maior amor divino.

Aqui reaparece o sentido do misterioso hino pascal sobre a feliz culpa, sobre o peccatum necessarium – esse absurdo teológico e essa sublimidade mística.




Há 45 anos chegava aos cinemas uma obra-prima. Da colaboração entre Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, nascia o épico espacial que se tornaria um marco cinematográfico, considerado um dos melhores e mais influentes longas da história. Parcialmente inspirado no conto A Sentinela de Clarke, 2001 - Uma Odisséia no Espaço  trata com apuro científico temas como a evolução humana, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre (Ou além da matéria).

“Se alguém entender o filme da primeira vez, nossas intenções terão falhado”, anunciou no lançamento Artur C. Clarke, co-roteirista e autor da obra origina.

 Na época, o "New York Times" classificou o filme como "imensamente chato", O jornal “Boston Globe” classificou o longa como “o filme mais extraordinário do mundo”, a revista “New Yorker”, como “um trabalho inesquecível” e a “Time”, como “um épico brilhantemente dirigido”.

Mas, do outro lado, o “New York Times” liderava a patrulha anti-“2001”. “É algo entre o hipnótico e o imensamente chato”, apunhalou a jornalista Renata Adler, do “NYT”, seguida por outros veículos, como a “Variety” e o “New Republic”, que não pouparam críticas à produção de Kubrick. Para eles, “2001” era “pretensioso”, “um fiasco” , “um desastre” e “monumentalmente sem imaginação”.

As críticas contribuíram para que Kubrick lançasse, poucos dias depois, uma nova versão do longa-metragem, com 19 minutos a menos do que a edição original, de 160 minutos.

Mas uma pergunta continua sem resposta: qual era a mensagem que Kubrick e Clarke queriam passar? Em entrevista à revista “Playboy” na época do lançamento, o cineasta rejeitou perguntas sobre o significado do filme: “Você gostaria que Leonardo Da Vinci tivesse escrito abaixo na ‘Monalisa’ ‘esta moça está sorrindo porque ela tem um dente podre’? Eu não quero que isso aconteça com ‘2001’.” Kubrick se limitou a descrever “2001: uma odisséia no espaço” como “uma experiência intensamente subjetiva”.

O monolito originalmente seria um tetraedro preto, porém, o objeto não refletia bem a luz. Kubrick então decidiu usar um cubo transparente, mas a alternativa se provou díficil em função dos reflexos criados pelas luzes do estúdio. Antes da conhecida placa preta também foi testato um monolito retangular de acrílico, mas a opção foi descartada pois não parecia convincente.

O Pink Floyd faria a trilha sonora do filme. Apesar da colaboração não ter acontecido de fato, acredita-se que, seguindo a tradição da ligação entre O Mágico de Oz e Dark Side of the Moon, os mais de 23 minutos de "Echoes", do álbum Meddle, podem ser perfeitamente sincronizados à sequência "Jupiter & Beyond the Infinite" no final do filme.

23 de abr. de 2013

Filhotes de homem


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106 - Disse Jesus: Quando fizerdes um de dois, tornar-vos-eis Filhos do Homem; e se disserdes montanha mova-te, ela se moverá.

Com estas palavras celebra Jesus a onipotência da fé.

Mas essa fé onipotente depende do fato de o homem unificar a sua dualidade.


No princípio, o homem se sente como uma dualidade: corpo e alma. Enquanto não houver perfeita unidade e harmonia entre o elemento humano e o elemento divino da natureza humana, não haverá poder espiritual.
Fé, ou fides, quer dizer fidelidade, harmonia, sintonia. Quando o ego humano se integra totalmente no Eu divino, então aparece o “Filho do Homem”.


E então será o homem, assim cristificado, senhor de todas as forças da natureza.


Toda a nossa impotência vem da nossa falta de unidade. A nossa dualidade heterogênea é o motivo da nossa fraqueza. Pela fé nos fidelizamos ou harmonizamos com as forças cósmicas do Infinito – e então toda a nossa impotência culminará em onipotência.



+ Sete Sermões aos Mortos - C. G. Jung
+ A Hipóstase dos Arcontes

 

 

20 de abr. de 2013

O Caminho Estreito e o Largo


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Inconsciente Coletivo - Jung
 
105 - Disse Jesus: Aquele que conhece pai e mãe será chamado filho de uma prostituta.
 
"ver João 8, 33-42."

 Quem se conhece apenas como um ego humano, gerado legalmente por um homem e uma mulher humanos, é chamado filho legítimo, embora não conheça talvez a sua verdadeira filiação ou emanação divina. Filho legítimo é somente o homem que nasceu pelo espírito. “O que nasce da carne é carne”. O nascimento carnal é pseudo-nascimento, um nascimento ilegítimo. Os que recebem em si o Cristo, escreve João no seu Evangelho, recebem o poder de se tornarem filhos de Deus, os que não nasceram do desejo do varão nem do desejo da carne, nem (da fusão) de sangues, mas de Deus. Estes Cristo-concebidos e Cristo-gênitos é que são os filhos legítimos de Deus.

Nossos pais só puderam revestir de roupagem corpórea o nosso espírito, mas não são os autores da nossa alma, que é emanação de Deus.

Aqui, volta o Evangelho segundo Tomé a falar de Deus como Pai e Mãe. Somente o homem que se considera como filho do Deus Pai-Mãe é que é um filho realmente legítimo e herdeiro do Reino de Deus. Mas quem se identifica com o seu ego humano, que recebeu de seus pais materiais, esse não é filho legítimo perante Deus.

Revelação:

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Ela tem mais de um nome, quando os homens a conhecem, ela então é chamada REVELAÇÃO, na forma como se mostra ser obcena.

Ela é devassa quando se inclina, quando mostra sua unidade e seus mistérios, quando ela é PROSTITUTA

Sou aquela que nenhum homem ou mulher mundanos podem compreender, a que ainda é prostituta para TODOS.

Não sou eu a quem chamou de prostituta, a que perdura os desejos infinitos de teu pai, e saqueia todos os momentos de seu nascimento?

Então conheçam-me. Em minha nudez, sou chamada REVELAÇÃO. Então sou a tranquilidade do mundo, o meu seio é conforto.
Eu sou MARIA cingida por nuvens e coberta pelo firmamento fui feita rainha dos Céus.

Na minha compaixão não tenho eu me inclinado para que meu aspecto seja derrubado?

Sou Shekinah. Sou a Noiva, e nas ruas irregulares do mundo eu vou, censurada.

De mim veio SOPHIA, esse é o rosto feminino da SABEDORIA.

Essa comprensão é derramada como sangue de mim.

Como vinho nobre minha essência corre para a Terra e é degradado, se tornando amargo.

Sou eu mãe, que balança o berço da grande escuridão da noite.

Para aqueles que não me conhecem sou Virgem. E prostituta para aqueles que me conhecem.

Quando sou Escarlate e feita fértil que a minha paixão é um fogo destruidor que ninguém pode olhar. Então sou Babalon (
"Grande Oceano" do Inconsciente)
Eu desço mais baixo ainda, para o próprio Mundo.

Então sou Maria, que esconde o filho de Herodes. E sou Isis que esconde o filho de Set.

E ainda mais degradada. E então sou a mulher escarlate amante da besta prostituida nas ruas, minha estrela cravada em seu peito.

Assim uma mãe se torna uma prostituta no mundo.

E esta é a visão da tristeza.

A compreensão ainda é decantada por outros meios também.

E o espírito flui como um hidromel ardente, que não é corrompido em sua trajetória descendente.

Fogo dos céus neste néctar, que não suja a terra, e nem é extinto.

Uma espuma da lua que queima, em seguida será o Sangue Real, este Santo Graal ser carregado sobre uma poderosa Carruagem.

Em seu vinho vermelho é destilado o momento da minha terrível comprensão, não expressa que vem em segredo no escuro e no silêncio.

Isto é chamado APOCALIPSE.

Quando minha afeição é inflamada e feita quente.

Então sou a força, que doma leões e que bebe do suco de minhas próprias chamas.
Sou eu a concumbina da revelação, conhecida e montada em sua fera, cujo número é um homem. Revelada a um homem, depois quando minha inspiração vem a terra numa criança. E é esta criança que se torna um conto que atinge como fogo o coração.

E este fogo se torna uma chama, onde em seu tempo, o mundo dos homens ira se CONSUMIR.
Pela compreensão derramada em sabedoria, é chamada SOPHIA.

E esta é a visão da COMPAIXÃO.
Alan Moore (Promethea)

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vesica piscis


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 Ajna - o chakra frontal



COSMOCRACIA

A humanidade (Nações) de hoje só conhece a monocracia e a democracia. As monocracias do passado correspondiam aos governos monárquicos, hereditários, representados pelos reinos e impérios. A evolução da sociedade levou à criação das ditaduras militares ou não, onde um indivíduo dá as ordem e todos obedecem. A democracia atual - cujas origens são da Grécia Antiga - a do governo do povo para o povo, não corresponde à forma de democracia ideal, pois o eleitor é constituído de ego-personalidades que elegem outros ego-personalidades para governar, e todos eles são discordantes e dispersivos. Assim, temos presidentes eleitos com uma maioria relativa do povo governando uma parte do povo que não votou, o que não representa portanto a vontade de todos.
 
Segundo o prof. H. Rohden existe uma forma de democracia superior a que ele denomina de Cosmocracia. Para que tal democracia se instale será necessário que todos, ou muitos (muitos!) homens se guiem pela consciência cósmica e não mais pela ego-consciência atual. As cosmos-consciências são coerentes com os mesmos princípios, embora diferentes nas suas existências. Isso significa que entre os cidadãos cosmocráticos não haverá conflitos, uma vez que haveria harmonia da verdadeira unidade na diversidade. A unidade personal seria orientada pela unidade individual.
 
Numa Cosmocracia não haverá necessidade de leis escritas, pois a consciência de cada cidadão traz em si a Constituição Cósmica do Universo que o orienta de forma infalível. O cidadão não necessita de um governo externo a ele; ele rege sua conduta pela consciência. A Consciência Cósmica é absolutamente segura e absolutamente livre. Ela elimina os problemas tanto da monocracia quanto da democracia que lutam para obter segurança e liberdade sempre com o sacrifício de uma das partes, por serem incompatíveis nestas formas de governo. Em um governo Cosmocrático essa harmonia é possível na medida em que cada cidadão cosmocrático transfere de fora para dentro o seu governo. O cidadão passa a ser seu governante e o seu governado, o seu legislador e o seu legislado, o seu mandante e o seu mandado. O conflito entre segurança e liberdade que provinha da contrariedade recíproca será substituido pela complementariedade.
Na Cosmocracia a diversidade e a unidade se integram, gerando segurança e liberdade.
 
Esta forma de governo Cosmocrático só será possível quando a atual humanidade passar a ser governada pela Cosmo-Consciência! Somente uma humanidade Cristo-Cósmica poderá estabelecer uma verdadeira Cosmocracia.



+ Todos os Meninos, Todas as Meninas
+ Acesso ao Eterno; Disciplina e Via Espontânea
+ Mundo do Porvir; Nova Ordem, Princípios, Ensaios...



19 de abr. de 2013

Hábitos e Pecados




 104 - Eles disseram a ele: Vem, vamos hoje orar e jejuar. Disse Jesus: Qual foi o pecado que cometi, ou em que fui derrotado? Quando o noivo houver saído da câmara nupcial, aí então que orem e que jejuem.

Por entre as linhas destas palavras adivinha o clarividente a grande e quase ignota verdade do sofrimento crédito. Evidentemente os que fazem o convite para oração e jejum só conhecem sofrimento débito. Pela oração e pelo jejum querem eles pagar o karma dos seus pecados. E convidam o “homem sem pecado” a se associar a essa expiação.

Jesus, porém, lhes faz ver que ele não necessita de pagar débitos. E, apesar disto, sabemos que ele orava muito e jejuou 40 dias e noites consecutivos. Por que?

Evidentemente, não para pagar débitos, nem próprios nem alheios, tanto assim que a Epístola aos Hebreus afirma explicitamente que Jesus sofreu como nós, embora fosse sem pecados. As nossas teologias inventaram que Jesus sofreu para pagar débitos dos nossos pecados, quer dizer que sofreu para pagar débitos alheios. Ele mesmo, porém, nada sabe de um sofrimento punitivo; só conhece sofrimento evolutivo. 

Aos discípulos de Emaús diz Jesus que ele devia sofrer tudo aquilo “para entrar em sua glória”, isto é, para seu aperfeiçoamento, para sua realização crística.

No texto presente, afirma ele mesmo: Ele vai orar e jejuar quando vier o Esposo, quando ele tiver anseios de maior cristificação e entrar numa glória ainda maior do que aquela em que já estava.



17 de abr. de 2013

Os mestres e a idolatria


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103 - Disse Jesus: Feliz do homem que sabe por onde penetram os ladrões! Assim pode erguer-se, reunir forças e cingir os rins antes que eles cheguem.


Saber, estar em pé, estar alerta, estar armado – tudo isto se refere ao auto-conhecimento do homem. O homem profano não sabe, não está em pé, não está alerta, não está armado contra a invasão dos ladrões em plena noite.

A fortaleza humana tem cinco portas externas, os sentidos, mais três janelas internas, intelecto, imaginação, memória. Cada uma dessas aberturas para o mundo do ego externo pode servir de ponto de invasão. Quem não põe sentinelas vigilantes em cada um desses pontos vulneráveis não está seguro contra uma invasão de ladrões.

Vigiai e orai! É a advertência constante dos Mestres.

Inevitável é a tentação. Até Jesus foi conduzido ao deserto pelo espírito a fim de ser tentado. Não há nada de mal na tentação. O mal está em sucumbir à tentação.

Por isto oramos: não nos deixes cair (quando estivermos) em tentação. A encarnação do nosso espírito num corpo material é necessária para a evolução do nosso Eu divino. Mas, como a nossa alma é dotada de creatividade ou livre arbítrio, compete-lhe aproveitar-se dessa resistência para superar os obstáculos e não deixar-se superar por eles. A vida terrestre não é uma punição, mas um teste e um desafio para evolvermos e nos auto-realizarmos.


16 de abr. de 2013

A justiça dada pela fé

 


102 - Disse Jesus: Ai deles, os fariseus, pois se parecem com um cachorro deitado no cocho dos bois, pois nem comem nem deixam que os bois comam.

Fariseu não é só certa classe de judeus. Fariseu quer dizer “separatista”, e todo ego humano é separatista; julga-se separado de Deus e vive na ilusão do seu egocentrismo.

Todo egoísta é como um cão que se deita sobre o alimento dos bois, que não é alimento para ele, e ao mesmo tempo impede que os animais comam a comida deles. O egoísta faz mal a si mesmo e faz mal aos outros.

A fim de ultrapassar essa zona do ego não basta ser altruísta e virtuoso, que podem ser formas de um egoísmo sublimado, “remendo novo em roupa velha”. É necessário ultrapassar toda a zona da egoidade, viciosa e virtuosa, e “nascer de novo pelo espírito”, fazer-se “nova creatura em Cristo”. A egoidade consiste essencialmente no mental do homem; enquanto o homem não se transmentalizar, nada está resolvido; mas a transmentalização é a transegoficação, ou seja, a desintegração do ego e sua integração no Eu superior. O ego, porém, se defende de todos os modos contra esse egocídio, uma vez que nada sabe do Eu e tem de defender tenazmente o único tesouro  que possui ou julga possuir. Somente uma invasão cósmica de fora do ego pode leva-lo a uma transegoficação ou transmentalização redentora. Esse impacto cósmico, a “graça”, levaria o ego a uma integração cósmica, à cosmificação ou auto-realização.

Mas, como pode a graça atuar sobre um ego cristalizado na sua impenetrável egoidade?

O que é humanamente impossível é cosmicamente possível. Mesmo na aparente ausência de qualquer preparativo preliminar, de qualquer disposição consciente do homem, acontece o advento da graça. Judas Iscariotes estava, externamente, no melhor dos ambientes – e a graça não lhe aconteceu. Saulo de Tarso parecia estar no pior dos ambientes – e a graça lhe aconteceu.

Existe, evidentemente, uma lógica totalmente diferente de toda a logicidade humana.

"Quando uma pessoa lê as Epístolas de Paulo, o Apóstolo, com surpresa pode verificar por si mesma que raramente ele menciona Jesus, o Grande Kabir ou o Cristo histórico. Sempre alude a um Cristo Íntimo.
 Todo Homem que logra assimilar à Substância-Cristo se converte de fato em um Cristo Vivente.
Na Terra Santa, o grande gnóstico Jesus, educado na terra do Egito, foi quem teve a dita de assimilar o Princípio Crístico Universal e, por isso, mereceu ser batizado com a Seidade do Fogo e da Cruz (Khristus).
O Rabi da Galileia é um Deus porque encarnou totalmente o Cristo Cósmico. Hermes, Quetzalcoatl, Krishna... Deuses são porque também encarnaram o Cristo Cósmico.
 O nazareno Jesus-Iesus-Zeus é o homem moderno que encarna totalmente o Princípio Crístico Universal. Antes dele, muitos Mestres encarnaram esse Princípio Crístico do Fogo.
Entre os persas, Cristo é Ormuz, Ahuramazda, o terrível inimigo de Ahriman (Satã) que levamos dentro. Entre os hindus é Krishna, o Cristo, e o Evangelho de Krishna é muito semelhante ao de Jesus de Nazaré. Entre os tibetanos, Cristo é “Kuan-yin”, a Voz melodiosa, o Exército da Voz, o Grande Alento, o Sol Central, o Logos Solar, o Verbo de Deus. Entre os egípcios, Cristo é Osíris, e todo aquele que o encarnava era, de fato, um Osirificado. Hermes Trismegisto é o Cristo Egípcio, ele encarnou Osíris. Entre os chineses é Fu-Hi, o Cristo Cósmico, que compôs o I-King, livro das leis, e nomeou ministros- Dragões. Entre os japoneses é Amida, que tem o poder de abrir as portas do “Gokuraku” (o Paraíso). Entre os gregos, o Cristo chama-se Zeus, Júpiter, o Pai dos Deuses. Entre os astecas é Quetzalcoatl, o Cristo mexicano. Entre os Eddas germanos é Balder, o Cristo que foi assassinado por Hoder, Deus da Guerra, com uma flecha de visgo, etc. Assim, poderíamos citar o Cristo Cósmico em milhares de livros arcaicos e velhas tradições que vêm de milhões de anos antes de Jesus. Tudo isto nos convida a aceitar que Cristo é um Princípio Cósmico contido nos princípios substanciais de todas as religiões.
 Quando uma forma religiosa cumpriu sua missão, se desintegra. Jesus, o Cristo, foi de fato o iniciador de uma Nova Era. Jesus foi uma necessidade religiosa da época.
 O DRAMA CÓSMICO
 Obviamente, todo o Drama Cósmico, tal como está escrito nos “Quatro Evangelhos”, deverá ser vivido dentro de nós mesmos, aqui e agora. Isso não é algo meramente histórico, é algo para viver aqui e agora.
O Cristo encarnado no coração do Homem tem que viver todo o DRAMA CÓSMICO tal como está estipulado nos Quatro Livros, nos Quatro Evangelhos. Tem que vivê-lo dentro de cada um, aqui e agora. E depois que tenha passado por todos esses processos dos Quatro Evangelhos, então tem que ser julgado. 

Que é amarrado à coluna! É verdade! Que tem que receber mais de cinco mil açoites. Certo! Que é coroado com sua coroa de espinhos! Ninguém pode duvidar disso! Que é ferido, insultado, esbofeteado! Também é muito verdadeiro! Os Três Traidores julgam-no: Pilatos ordena que seja açoitado (“Ecce Homo”, diz Pilatos; “eis o Homem”). Sofre o indizível (o Chrestos, o Logos) quando se reencarna. Os TRÊS TRAIDORES que crucificam o Cristo, que o levam à morte, estão dentro de nós mesmos. Nós os conhecemos: JUDAS, PILATOS E CAIFÁS. 

JUDAS é o DEMÔNIO DO DESEJO, que nos atormenta. PILATOS é o DEMÔNIO DA MENTE, que tem desculpas para tudo. E CAIFÁS é o DEMÔNIO DA MÁ VONTADE, que prostitui o altar, vende os Sacramentos… 

JUDAS, o Demônio do Desejo, troca o Cristo Íntimo por 30 moedas de prata. 3 + 0 = 3. Essa é a adição cabalística. Quer dizer, troca-o por coisas materiais: pelo dinheiro, pelos licores, pelo luxo, pelos prazeres animais, por todos os prazeres da Terra… PILATOS é o Demônio da Mente. Esse, sempre lava suas mãos, nunca tem a culpa, jamais. Para tudo encontra uma evasiva, uma justificativa. Jamais se sente culpado. Realmente, vivemos sempre justificando todos os nossos defeitos psicológicos que possuímos em nosso interior, jamais nos cremos culpados. Pilatos sempre justifica suas piores perversidades, busca evasivas, desculpas, não encara seus erros. 

Há pesssoas que me disseram: “Senhor, eu acho que sou uma pessoa, pois, boa. Eu não mato, eu não roubo, eu sou caritativo, eu não sou invejoso” (isto é, um “exemplo de virtudes”, perfeito, segundo eles). “Então, não adianta – digo eu –, diante de tanta perfeição, good bye!”... 

De maneira que olhemos as coisas como são, em seu cru realismo. Esse Pilatos sempre lava as mãos, nunca se considera culpado. E quanto a CAIFÁS, o Sumo Sacerdote, francamente eu o considero como o mais perverso de todos, trai o Cristo Íntimo miseravelmente… 

Pensem no que é CAIFÁS. O Cristo Íntimo nomeia, muitas vezes, um Sacerdote, um Mestre, um Iniciado, para que guie a suas ovelhas, as pastoreie. Entrega-lhe o comando e põe-no à frente de uma congregação, e o tal Sacerdote, ou o tal Mestre, etc., ou o Iniciado, em vez de guiar seu povo sabiamente, vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com as devotas, etc., etc., etc. Conclusão: Trai o Cristo Íntimo (isso faz Caifás). É doloroso isso? Claro, é horrível, é uma traição, a mais suja que há! E não há dúvida que são muitas as Religiões que no mundo se prostituíram. Isto é óbvio. São muitos os Sacerdotes que traíram o Cristo Íntimo. Não me refiro a tal ou qual seita, não, senão a todas as religiões do mundo. 

Estes Três Traidores são as TRÊS FÚRIAS. Estes Três Traidores levam o Cristo Íntimo, pois, ao suplício.

AS MULTIDÕES

Irmãos, recordem que multidões de pessoas, multidões de gentes, pedem a crucificação do Senhor. Todas essas multidões que gritam “Crucifica! Crucifica!”, que pedem a crucificação do Cristo, estão dentro de nós mesmos, aqui e agora. São os agregados psíquicos inumanos que em nosso interior carregamos, são todos esses elementos psíquicos indesejáveis que levamos dentro, os DEMÔNIOS VERMELHOS DE SETH, viva personificação de todos os nossos defeitos de tipo psicológico. São eles os que gritam “Crucifica! Crucifica! Crucifica!”. E o Senhor é entregue à morte. 

Quem o açoita? Por acaso não são as “multidões” que levamos em nosso interior? É cuspido por quem? Não são todos esses agregados psíquicos que personificam nossos defeitos? Quem põe sobre Ele a coroa de espinhos? Por acaso não são todos esses engendros do Inferno que nós criamos? 

AS TRÊS CLASSES DE HOMENS QUE O ODEIAM

Não esqueçam que cada vez que o Senhor de Compaixão vem ao mundo é odiado por três classes de homens.
Três classes de pessoas condenam O FILHO DO HOMEM: primeira, os SACERDOTES do Templo, isto é, as Religiões de todas as épocas e os devotos de todos os tempos. 

Segunda, os ESCRIBAS, isto é, os intelectuais de seu tempo… Esses são os famosos “virtuosos” que condenam os Iniciados. 

Terceira, os ANCIÃOS, pessoas cheias de experiências, muito “judiciosas”, com muitas “virtudes”. Essas O julgam através de sua própria “lente psicológica”, mal o entendem e o excomungam...
Os SACERDOTES, as pessoas de todas as religiões, de todos os cultos, veem Nele um perigo para suas respectivas seitas. 

OS ESCRIBAS, os intelectuais, os que estão apegados a tantos códigos de moral podre, cada vez que o Senhor de Glória veio ao mundo, estiveram contra Ele, o odeiam mortalmente, porque não se encaixa dentro de suas teorias, significa um perigo para seus sistemas, para seus sofismas, etc. 

Os ANCIÃOS, as pessoas cheias de experiências, dizem: “Esse homem está louco, vejam o que traz, ouçam o que está dizendo, não está de acordo com o que nós pensamos. Temos experiência, este homem prejudica, fere”. Os Anciãos, as pessoas muito judiciosas, muito cheias de experiência, jamais entendem os Iniciados. 

Portanto, irmãos, na realidade e de verdade, o Filho, o Chrestos encarnado, é odiado pelas multidões, odiado pelos Sacerdotes, abominado pelos Escribas e repudiado pelos Anciãos. O Chrestos não se encaixa dentro dos moldes humanos, por isso é repudiado. 

O Chrestos é revolucionário por natureza, terrivelmente rebelde, e está além do Bem e do Mal. Não o compreendem as Forças do Bem, odeiam-no as Forças do Mal. Atua em consonância com isso que nós poderíamos denominar “COMPREENSÃO INDIVIDUAL PROFUNDA”... 

Fragmento da Conferência:
,
Samael Aun Weor


15 de abr. de 2013

Mãos e Vozes



Shákti - Durga


101 - Quem não abandona seu pai e sua mãe, como eu, não pode ser meu discípulo. E quem não amar a seu Pai e a sua Mãe, como eu, esse não pode ser meu discípulo; porque minha mãe me gerou, mas minha Mãe verdadeira me deu a vida.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinNFDBquNctmQ6A03OF-8e1e_Ci1pnwEXFmhhTnSAY3UM2Nvvc5GDzc5ctLYfr9nOpiJi7iRE63jT7CiF1BXv8gjTgsb6wlZe9_Le4jiMVyIPpkOYppet9rE7IhtYJvq5LOwH-pneYNXe8/s1600/Tibetan+mandala+of+the+Naropa+tradition.+Vajrayogini+stands+in+the+center+of+two+crossed+red+triangles+-+19th+Century.jpgContinua nestas palavras o mesmo paralelo iniciado em textos anteriores. O verdadeiro discípulo de Cristo deve ter mais amor ao seu Eu divino do que a qualquer ego humano. O nosso ego nos foi dado por nossos pais, ao passo que o nosso Eu é uma emanação da Divindade.

No ocidente costumamos chamar a Deus “Pai”, ao passo que os orientais o consideram “Mãe”. Tomé, que, segundo a tradição, viveu na índia, usa a linguagem oriental, vendo em Deus também sua Mãe. De fato, tratando-se da Divindade Universal, não é absurdo falar em Deus-Pai e Deus-Mãe, uma vez que no Universo tudo é bipolar, masculino-feminino. A Divindade é nosso princípio vital gerador, que em si sintetiza tanto o doador paterno como o receptor materno. A igreja cristã ortodoxa considera o espírito santo como Hágia Sophia (Santa Sabedoria), como um princípio vital feminino.

Falando com acribia filosófica, a Divindade não é síntese, mas é a grande Tese, anterior a qualquer antítese e síntese; o Uno Absoluto da Tese Imanifesta, que se manifesta sem cessar no Verso Relativo de antíteses e sínteses, que, no mundo orgânico, são os pais gerando o filho. A Filosofia Univésica apresenta o Universo como a eterna Tese do Uno que se revela nas antíteses e sínteses temporárias do Verso, realizando o Universo.

Quem nunca teve experiência mística da sua alma, e só conhece o seu corpo, dificilmente compreenderá essa insistência de Jesus no supremo amor das almas, que nasceram de Deus e são filhas da Divindade.

http://gnosticwarrior.com/wp-content/uploads/2013/03/Mary-Ark-of-the-Covenant-Monstrance.jpg
Shekinah



14 de abr. de 2013

Essência da Vida


http://photos1.blogger.com/blogger/7001/2680/1600/nefesh-ruach-neshamah.jpg

100 – Mostraram a Jesus um pedaço de ouro e disseram: Os agentes de César exigem de nós o pagamento do imposto.
Respondeu ele: Dai a César o que é de César, e dai a Deus o que é de Deus – e dai a mim o que é meu.

A última frase é exclusiva do Evangelho de Tomé. Sendo o Cristo o Eu espiritual do homem, segue-se que devemos dar à nossa alma o que à alma compete. Isto todavia não impede que demos a César, ao ego humano, o que lhe pertence. O homem espiritual, que se interessa por seu Cristo interno não deixa de se interessar por seu ego externo, ele é um homem onilateral, e não um homem unilateral, nem espiritualista, nem materialista. Toda a vida terrestre de Jesus prova este espírito universalista, tanto assim que, com toda a sua espiritualidade, nunca desprezou as coisas materiais e sociais. Nem desdenhava o mundo mental e emocional. Tinha um amor especial por seu discípulo João e sua ardente discípula Maria de Magdala. Derramou lágrimas de amizade sobre o túmulo de Lázaro. Chorou lágrimas de patriotismo ao prever a próxima destruição da capital de seu país.

O homem cristificado é um homem integral: dá ao mundo o que é do mundo, dá a Deus o que é de Deus, e dá à sua alma o que é de sua alma.

Ensinamentos cabalísticos sobre a alma humana

O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru'ach, e neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico durante o nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo. As próximas duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das ações e crenças do indivíduo. É dito que elas só existem por completo em pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as três partes da alma é como mostrado a seguir:
  • Nefesh - -"alma animal", é a alma humana em seu nível mais primário. Anima a existência dando-lhe força de vida, de movimento e propagação das espécies, também capacitando o homem a pensar, divagar e sonhar. A palavra deriva da raiz Nafash, que significa repouso, como no verso, "No sétimo dia, (D'us) cessou o trabalho e descansou (Nafash)" (Êxodo, 31:17).
  • Ruach - A alma mediana, o espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal. que significa vento, é o Espírito, a "alma divina".
  • Neshamah - Literalmente "sopro", é a Respiração, a "alma superior", mais pura ainda. A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de Deus.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Structural-Iceberg.svg/496px-Structural-Iceberg.svg.png

A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos".
  • Chayyah - Essência vivente. A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
  • Yehidah - O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com Deus.

13 de abr. de 2013

Sendo Feliz


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiott8_YECTl-7S4BrORzbZcswzV02y_OTlQKqGdTilrHUg1i1dP5YU8OMIdbgKzM_QUGss1IJNjZIAFRgaTfW5s1422OjK7RMI6U7_4JDVKYxBkS7pxop_kPKnTazmqfxnWGgoe_EIg10/s1600/Galactic-Building-Blocks.jpg

99 - Os discípulos disseram a ele: Teus irmãos e tua mãe estão lá fora. Disse-lhes ele: Os que aqui estão cumprem a vontade de meu Pai, e são meus irmãos e minha mãe; estes são os que entrarão no Reino de meu Pai.

Em todos os Evangelhos e entre os iniciados de todos os tempos e países é proclamada essa preferência da afinidade espiritual sobre o parentesco carnal. Mais lhes interessa a família que eles fizeram pela alma do que a família que os fez pelos corpos.

Quem descobriu a sua família espiritual perde o estreito apego aos bens materiais, que são o sustentáculo da família carnal, e põe seus haveres ao serviço da família maior da humanidade. A posse legal se alarga para um usufruto espiritual. Hoje em dia, a renúncia não é mais o simples abandono dos bens materiais, mas sim o alargamento da sua função a serviço da família maior da humanidade. Pode o homem continuar a ser o proprietário de seus bens, legalmente registrados e carimbados no cartório, mas a sua consciência vai além do cartório e ultrapassa os estreitos limites da legalidade humana, expandindo-se na largueza do usofruto desses bens sob os auspícios da sua consciência espiritual. O homem crístico, de exclusivista que era, se torna inclusivista, incluindo no usofruto da sua propriedade o maior número possível de seres humanos.



http://viagensculturais.files.wordpress.com/2012/06/8e-the-ancient-excavated-buddha-image-inside-the-parinirvana-temple-kushinagar.jpg

 

11 de abr. de 2013

Minha Vida


 http://lusophia.files.wordpress.com/2011/12/ccf10022010_000024.jpg

98 – Disse Jesus: O Reino do Pai é semelhante a um homem que quis matar um poderoso. Em sua casa desembainhou a espada e a enterrou na parede para certificar-se de que a sua mão era assaz forte. Depois foi matar o poderoso.

O “poderoso” é o nome que Jesus dá a satanás, o adversário, o ego dentro do homem. O “mais poderoso” é o Cristo.

Esse homem que quis matar o poderoso é o Eu divino, o Cristo interno no homem. Antes de sair a campo contra o poderoso, o mais poderoso faz exercícios de força para ter a certeza de poder superar o adversário. Os exercícios são feitos em sua própria casa, onde ela experimenta e intensifica as suas forças, até ter a certeza de poder derrotar o poderoso. Depois desses exercícios de meditação em casa, o homem sai a campo, lá fora em plena vida social e consegue superar o seu ego humano pelo Eu divino.

 

10 de abr. de 2013

Obrigação


 http://aguerradetroia.files.wordpress.com/2009/05/demeter.jpg

97 - Disse Jesus: O Reino do Pai é como uma mulher que carrega um jarro cheio de trigo. Enquanto caminha por uma estrada distante, a asa do jarro se quebra. A farinha se espalha na estrada, às suas costas. Ela não se dá conta e não se apercebe do acidente. Depois de chegar à casa, coloca o vaso e o encontra vazio.

 Esta parábola não se encontra em nenhum outro Evangelho. Palavras como estas desafiam a nossa inteligência como uma verdadeira charada.

Essa mulher saiu duma reunião espiritual em que, pela primeira vez, ouviu grandes verdades. Encheu-se de entusiasmo. Voltando para casa, encontrou-se com muita gente, no longo caminho. Como neófita entusiasta foi contando a todo mundo as novidades que ouvira. E, de tanto falar e derramar para fora o que ouvira, se esquece de aprofundar em si mesma as verdades. Não sabia trabalhar rumo à vertical; derramou tudo pela horizontal.

E, chegada em casa, verificou que estava vazia. Falou muito – e não viveu nada.

Antes de semear em campo alheio, convém semear em campo próprio e vigiar a semeadura até que ela deite raízes profundas na alma. O melhor modo de converter os outros é converter-se a si mesmo. O resto virá por espontâneo transbordamento da própria plenitude.


 

9 de abr. de 2013

As Aparências Enganam


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96 - Disse Jesus: O Reino do Pai é como uma mulher que tomou um pouco de fermento (e o escondeu) em uma massa (e) com ela fez grandes pães. Quem tem ouvidos que ouça.

Esta brevíssima parábola faz ver o acontece na grande massa humana quando um único homem faz crescer em si o fermento vivo do Reino de Deus. O que decide não é a quantidade, e sim a qualidade. Uma parcela mínima de fermento vivo leveda aos poucos qualquer quantidade de massa. É que o fermento consiste em pequeninos seres vivos, os fungos, que, quando encontram ambiente propício funcionam e se multiplicam com espantosa rapidez, invadindo, permeando, vitalizando qualquer quantidade de massa de farinha. E da massa assim levedada vem o pão fofo e saboroso.

Basta um Buda, um Cristo, um Crowley, um Gandhi, um Jung, para iniciar a fermentação espiritual de milhões de outros homens. Um único homem realmente espiritual vale mais para a regeneração da humanidade de que legiões de teólogos, filósofos, sociólogos e políticos profanos. Um único homem espiritual é como o sinal “1” colocado diante duma enorme fila de zeros: 10000000000. Todas essas nulidades são desnulificadas e valorizadas pelo único valor real do homem espiritual.


8 de abr. de 2013

Amor ao Inimigo


http://minesbastos.com/wp-content/uploads/2012/03/Samsara.jpg

95 - Disse Jesus: Se tiveres dinheiro, não o emprestes a juros, mas dá-o àquele que não vai pagar-te.

Com estas palavras condena Jesus a inextirpável mania do ego, que nunca se satisfaz em dar sem receber outro tanto; e quanto mais recebe tanto mais quer receber.

Com essa ganância de receber confessa o ego a sua essencial indigência, pobreza e insegurança.

Quem necessita é um necessitado.

Quem se cerca de seguros de vida prova que sua vida não tem segurança.

O ego só conhece um ganhar para si, que é um perder para os outros. Só conhece bens de segunda mão.

O Eu, porém, conhece um ganhar que não supõe um perder: o Eu descobriu um bem de primeira mão, descobriu a matemática cósmica que ensina a receber os bens materiais da Fonte primária, e não de canais secundários. O Eu divino não precisa tirar algo de outras creaturas finitas e dar a si mesmo; mas recebe diretamente do Creador infinito.

Todas as creaturas são indigentes – e é feio que um indigente tire de outro indigente.

Perguntam os profanos como é que o homem espiritual realiza essa matemática de receber bens materiais sem os tirar de outros homens; será que Deus lhos dá? Será que desce sobre eles uma chuva de 100 ou 500 Reais? Será que vem um corvo e lhes traz pão como ao profeta Elias no deserto? Ou vêm os anjos e lhe dão de comer, como a Jesus após a tentação?

Não há necessidade dessas intervenções extraordinárias para garantir ao homem espiritual os meios necessários para a sua vida. As leis ordinárias da natureza funcionam com tamanha perfeição que elas se encarregam automaticamente de cuidar do homem espiritual. Há mil modos naturais para providenciar o sustento material do homem. Basta que o homem realize em si o Reino de Deus – e deixe o resto à justeza ou harmonia das leis cósmicas, que funcionam com absoluta matematicidade. Também os homens servem de executores das leis de Deus, sem que eles mesmos o percebam.

É experiência geral que o homem plenamente espiritual, somente interessado em adorar a Deus e servir aos homens, nunca tem falta das coisas necessárias para uma vida simples e dignamente humana. Basta abrir os canais por meio duma remoção de todo e qualquer egoísmo, oculto ou manifesto, e as leis cósmicas se encarregam de sustentar a vida material do homem espiritual.

Esta harmonia cósmica não precisa de ser creada, mas pode ser sabida e vivida por qualquer homem sincero.

6 de abr. de 2013

Entre


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94 - Quem procura achará; a quem bate abrir-se-lhe-á.

Outros evangelistas acrescentam: “Quem pede receberá”.

Muitos estranham que o homem deva pedir, procurar, bater, a fim de receber de Deus as coisas necessárias. Será que Deus não sabe de que o homem necessita?

Entretanto, convém lembrar que o Universo só funciona na base do Uno e do verso, do Creador e da creatura, do Doador e do receptor. Essa bipolaridade complementar caracteriza todos os setores do Universo.

O Uno do Infinito é dativo – o Verso dos finitos é receptivo.



 

5 de abr. de 2013

Deus Capacita


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93 - Não deis as coisas puras aos cães, para que não as arrastem ao lodo. Nem lanceis as pérolas aos porcos, para que não as conspurquem.
 
É esta a constante advertência de todos os Mestres espirituais. As grandes verdades não devem ser reveladas indistintamente; o Mestre espiritual deve saber dosar a cada pessoa e a cada grupo o que pode ser por ele assimilado.

Muito só se pode dizer a poucos.

Pouco se pode dizer a muitos.

Muito nunca se pode dizer a muitos.

Felizmente, hoje em dia está aumentando o número dos famintos e sedentos da verdade; os iniciáveis e os iniciandos são cada vez mais numerosos. Por isto, pode o Mestre espiritual alargar pouco a pouco o círculo hermético dos seus discípulos. Os cães e os porcos dos zombadores profanos, dos arrogantes desprezadores das coisas sacras estão diminuindo consideravelmente. Hoje, quando se fala em Deus e no Cristo, logo aparecem ouvintes atentos, ansiosos por ouvir mais. Hoje, mais do que nunca, há falta de verdadeiros iniciados no espírito para que os iniciandos encontrem dias seguros no caminho da jornada ascensional.



4 de abr. de 2013

História Universal


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92 - Disse Jesus: buscai e achareis, mas aquelas coisas que me perguntastes naqueles dias, não vos respondi então; agora, quero contar-vos, mas vós não me pergunteis.

Hoje em dia, milhares de pessoas em todos os países do globo fazem a sua meditação. Poucos, porém, sabem meditar realmente. Uns repetem mantras sem fim; outros visam o despertamento de poderes ocultos; outros ainda tratam de psicologia e parapsicologia.

Entretanto, nada disto é verdadeira meditação. Quem medita não pensa nem quer nada – ele simplesmente abre sua alma em face da alma do Universo, para ser por ele invadido e cosmificado.

Essa cosmo-plenificação, porém, não lhe acontecerá enquanto ele não se esvaziar totalmente da sua ilusória ego-plenitude. A alma do Universo, que é Deus, não plenifica o que está cheio, só plenifica o que está vazio.

Nesse sentido disse Jesus: “Quem não renunciar a tudo que tem não pode ser meu discípulo”.

O ter algo é do ego humano, o ser alguém é do Eu divino. O ser crístico não pode invadir o ter egóico. O egocídio tem de preceder o nascimento do Cristo.

Quem não morrer espontaneamente antes de ser morto compulsoriamente não pode viver jubilosamente.

Para essa invasão Cristo-cósmica há certos momentos propícios que a alma deve adivinhar ou farejar por uma estesia intuitiva; esses momentos propícios não podem ser ensinados por um Mestre externo nem por um livro. Há momentos imprevisíveis em que o Cristo interno fala sem ser perguntado; e há momentos em que não responde a nenhuma das nossas perguntas. É necessário manter uma disponibilidade receptiva, a despeito de tudo e de todos. As leis cósmicas não obedecem a causa e efeito – atuam em virtude da graça e da verdade.


 "É no nosso egoísmo que estão as chaves para nossa ascensão

Por definição, para a Cabala, o Criador tem um único propósito: doar. Não há carência, não há falta. Do Criador já fora e continua a ser emanada toda a Luz para a satisfação de toda necessidade, antes mesmo de existir o próprio Tempo.

O propósito de toda Criação, de toda Criatura é complementar ao do Criador, ou seja, o propósito de toda a Criatura é receber. O papel de cada ser neste universo é única e simplesmente receber.

Aparentemente tudo parece justo e perfeito, o Criador em seu propósito de doar sua Luz infinita e a Criatura cumprindo seu propósito de receber a Luz doada pelo Criador. Por qual motivo então estamos sempre tão descontentes?

O problema é que estando tão longe da Luz Infinita, a desejamos apenas para nós mesmos, já que, por termos sido criados para receber, somos egoístas em essência. Logo nos damos conta que esse em geral também é o desejo do nosso vizinho. Começam então as rixas, as intrigas, a inveja, e as desilusões que povoam o mundo ao longo da história. Apesar disso, a revelação da Cabala nos mostra que se isolar do mundo ou renunciar ao desejo de receber não é a resposta, visto que tal desejo faz parte da nossa natureza. O grande segredo de re-estabelecermos esta conexão é continuar recebendo, sem a INTENÇÃO de receber, compartilhando o recebido, nos assemelhando ao próprio Criador, em Sua infinita boa vontade e magnitude."
 


 

3 de abr. de 2013

Deus, Causa Primária


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91 - Disseram a ele: Dize-nos quem és para que acreditemos em ti. Ele lhes disse: observais o aspecto do céu e da terra e não conheceis aquele que tendes diante de vós e não sabeis avaliar este instante.

Ouvir a verdade, ver alguém, tanger alguém – nada disto dá certeza aos homens, porque são coisas empíricas dos sentidos externos. Nem dá certeza de mostrar analiticamente uma verdade. A única coisa que dá certeza é uma experiência interna, uma conscientização espiritual. Vós sois mestres em interpretar os fenômenos físicos da natureza, mas sois analfabetos no conhecimento daquele que está diante de vós.

Evidentemente, faltava aos contemporâneos de Jesus aquele faro espiritual pelo qual o homem identifica intuitivamente algo ou alguém que os sentidos não conhecem nem o intelecto podem analisar.

Desenvolver essa atitude interna é decisivo.

2 de abr. de 2013

Jugo Leve


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90 – Jesus disse: Vinde a mim, porque o meu jugo é suave e o meu domínio é agradável – e achareis repouso para vós mesmos.

Este convite do Cristo consta, em forma semelhante, de outros Evangelhos.

Surge a eterna pergunta: Como pode um jugo ser suave? Como pode um domínio ser agradável?

Jugo e domínio lembram um dever que o homem tem relativamente a um superior. A expressão "tu deves” lembra sujeição, servidão por parte de um inferior, e lembra também domínio da parte de um superior. Lembra renúncia, que parece o contrário de liberdade.

E como pode alguém ser feliz e achar repouso, enquanto deve algo a alguém e não goza de liberdade própria? Não implica isto numa contradição? O dever, o julgo, a servidão não destroem a liberdade do homem? E como pode ser feliz quem não é livre?

De fato, enquanto o tu deves não coincidir com o eu quero, não há nenhuma solução deste problema.

Mas, como pode o homem querer livremente hoje o que ontem lhe era imposto como um dever compulsório?

Essa metamorfose mágica do dever em querer é impossível enquanto o homem continuar a se identificar com o seu ego humano; mas é possível, quando ele se desidentifica, quando ele se transmentaliza e entra na nova dimensão da identificação com o seu Eu divino, com o seu Deus imanente (S.A.G.).

Somente a transição da ilusória ego-consciência para a verdadeira cosmo-consciência torna possível a transformação do tu deves compulsório no eu quero espontâneo, no jugo suave e no domínio agradável.

http://wedreamtoo.files.wordpress.com/2012/05/slave-mind.jpgQuer dizer que a chave do enigma está na verdade do auto-conhecimento. Enquanto o homem se identifica com o seu ego ilusório, não é possível querer espontaneamente o que ele deve compulsoriamente. Por isto, o Mestre faz preceder essa afirmação pelo convite “vinde a mim”. Quem não se encontrou com o seu Cristo interno, não pode transformar o dever compulsório num querer espontâneo; esse homem pode, no melhor dos casos ser um bom escravo, um doloroso cumpridor do seu dever, um carregador virtuoso do jugo amargo e um servidor forçado sob um dominador alheio. E isto não é encontrar repouso dentro de si mesmo.

O que não se faz por um gozoso querer, mas apenas por um doloroso dever não dá repouso definitivo nem dá garantia de perpetuidade.

Todas as funções da vida humana que a natureza quer ver realizadas infalivelmente são feitas sob o signo do prazer. Se comer, beber, dormir não fossem gostosos, o homem se esqueceria dessas funções básicas do indivíduo. E se as funções sexuais não viessem acompanhadas de prazer, há muito tempo estaria extinto do gênero humano.

Se não houvesse no mundo alguém que fosse jubilosamente bom, não haveria mais religiosidade sobre a face da terra, porque os que são apenas dolorosamente bons, virtuosos, por um maldito dever não oferecem garantia de perpetuidade espiritual. Somente um bendito querer é que garante espiritualidade permanente.

Esse bendito querer é fruto do verdadeiro auto-conhecimento. Quem pode responder à eterna pergunta “quem sou eu?” com as palavras jubilosas: “Eu e o Pai somos um; o Pai está em mim, e eu estou no Pai; as obras que eu faço não sou eu que as faço, mas é o Pai em mim que as faz” – esse sabe o que é jugo suave e domínio agradável, porque age em virtude de um bendito querer.

Esses acharam repouso para a sua alma.

Há homens escravizadamente escravos.

Há homens livremente livres.

http://myamazinglifewithparishataylor.files.wordpress.com/2010/12/bodhisattva.jpgE há homens livremente escravos – homens cuja suprema libertação os levou a se tornarem voluntariamente escravos por amor. Preferem sofrer a sua liberdade a gozar a sua liberdade.




Quem puder compreendê-lo, compreenda-o!

+ Uma dimensão diferente
+ Respeitabilidade

1 de abr. de 2013

Compreensão



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89 – Disse Jesus: Porque lavais o exterior do recipiente? Não sabeis que o mesmo que creou o interior creou também o exterior?

Estas mesmas palavras de sabedoria se encontram também nos outros Evangelhos.

Quem julga os homens pelos seus atos externos sem lhes conhecer a atitude interna, facilmente se engana. O homem é muito mais aquilo que ele desejaria ser do que aquilo que ele é objetivamente; os seus ideais, mesmo dolorosamente insatisfeitos, são muito mais ele mesmo, do que todas as suas realizações históricas.

http://blog.cancaonova.com/diarioespiritual/files/2012/07/jesus_ressuscitado_madalena.jpgNunca poderia Jesus ter amado aquela “pecadora possessa de sete demônios”, se ela, que era externamente uma mulher profanada, não fosse internamente uma virgem sagrada. Dificilmente podem os homens enxergar o que alguém é realmente; facilmente podem eles ver o que alguém parece ser aparentemente.

Em face disto, é necessária uma grande tolerância, e mais ainda uma profunda compreensão. Mais necessário é saber calar as fraquezas alheias do que louvar as suas virtudes. Mais necessário é não ver do que ver. Mais importante é saber calar do que falar.

Quem é puro por dentro facilmente tolera os impuros de fora; mas quem é internamente impuro encontra impurezas por toda a parte – mesmo lá onde não existem.



http://hadnuit.com.br/upload/conteudo/00000000000000000000000000000000/419//02_Major_Priestess.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/94/Holygrail.jpg/220px-Holygrail.jpg


 
http://www.catholictradition.org/Passion/agnus-dei1b.jpg


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgakVi2uAIIqTnZ2MAmj833PkGunq-7rmUZm6cVUWgUjBbvUqrtjGsSPfSX-na48SdmbC7XJmQ7hBxaDqNyB8M6jZZCZX4JktE8MvcnSLhk0o1SdL8J5EAkqm856MTsMXNc8Moik7Ui5zY/s1600/gaia-mae-terra-ade70.jpg


http://fc08.deviantart.net/images/i/2002/45/e/6/Nuit_and_Geb.jpg


+ O Silêncio é Feminino

 
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