5 de mai. de 2013

O décimo terceiro apóstolo


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110 – Disse Jesus: Quem achou o mundo e se enriqueceu renuncie ao mundo.


É este o princípio básico de todos os Mestres espirituais: possuir para não possuir. Lao-Tse, no seu Tao, não se cansa de repetir que todo o segredo da auto-realização está em agir pelo não-agir, ou seja possuir pelo não-possuir.

Não se pode renunciar sem antes ter possuído. Ninguém pode despossuir-se de algo que não possua. Quem não se apega a nada pode renunciar.

Certos filósofos orientais acham que todos os bens materiais da vida são Maya, ilusão, e por isto não os querem possuir. Mas, quem não dá valor a um objeto não o pode sacrificar. E assim o homem se priva da possibilidade da evolução pelo despossuimento.

O ocidental, geralmente, considera as coisas materiais como reais e por isto as ama e se apega firmemente a elas. Falta-lhe, porém, o último passo: desapegar-se daquilo a que se apegou. Isto é sacrifício, quer dizer sacrum facere, fazer coisa sagrada.

Por isto, quem possui o mundo e o ama, deu o primeiro passo; e quem se despossui do mundo, dá o último passo, que é a libertação, auto-realização.

Neste sentido escreveu Albert Schweitzer: “O cristianismo é uma afirmação do mundo que passou pela negação do mundo”. E ainda: “Não há heróis da ação, há tão somente heróis da renúncia e do sofrimento”.

Ninguém pode possuir algo sem perigo se não estiver disposto a despossuir-se daquilo que possui; só assim pode possuir sem ser possuído.

Quem se enriqueceu com a posse do mundo se enriquece mais ainda com o voluntário despossuimento dele.


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